terça-feira, 25 de novembro de 2014

quando os pequeninos falam...

Esta manhã, na terapia da fala.
[...]
Marcos, 6 anos: A minha mãe sabe tudo!
médica: A mãe sabe muitas coisas, mas também não sabe tudo! Não há ninguém que saiba tudo!...
Marcos: Há, há! Deus sabe tudo!
médica: Hum... Pois... O pai Natal também!
Marcos: Não, não! Só Deus é que sabe tudo!
médica: Às vezes eles falam um com o outro...
Marcos: Não, não! Só Deus é que sabe tudo! E o pai Natal nem sequer existe!
[ligeira pausa]
médica: Janela. Ja!

as pequenas coisas que um dia serão memória

Olhar o filho mais velho a almoçar e a contar em catadupa o que fez na escola durante a manhã.
Ir à escola buscá-los e receber um aceno e um sorriso largo do mais novo quando me vê.
Levar o do meio ao treino de futebol e ficar a vê-lo correr entusiasmado até chegar ao pé da sua equipa e mister.
 
Observar cada um dos momentos como se de um filme ou memória se tratasse. Agradecer a Deus esta bênção de ser mãe.

manhãs em boa companhia


quinta-feira, 20 de novembro de 2014

lembrete


viajar sem sair do lugar.


Subia a avenida da Liberdade com o filho mais velho. Olhávamos as árvores do tamanho dos prédios a perderem as vestes. Um aroma chega-me de repente, invadindo a mente e despertando memórias da minha infância. Um cheiro a comida inglesa. Tínhamos passado pela porta do Cambridge. De imediato fui levada para a casa da missão EMF, em Wellynn. Lá estava eu a empurrar a porta de refeições, após ter descido a grande escadaria. Os aromas da comida inglesa... inconfundíveis! Em catadupa seguiram-se outros cheiros. O cheiro tão característico da biblioteca, uma mistura de livros e madeira antiga, o da própria casa, o do pão de forma dentro da torradeira ao pequeno almoço. O cheiro da relva e das árvores no jardim, o cheiro a terra molhada no caminho para a igreja, do salão de cultos, da salinha dos bebés, da sala grande onde tomávamos chá e comíamos as bolachas recheadas que eu tanto apreciava. Os cheiros levaram-me de volta à drugstore com a minha mãe e à escola que frequentei durante quase dois meses. Um cheiro e uma memória atrás da outra, como se de uma taça de cerejas se tratasse.
Entretanto, a memória desvanece-se pelo cheiro a torradas que voa de uma pastelaria e acordo em casa da minha avó Guida. Lá estava ela, de manhã cedo na cozinha, a preparar calmamente torradas de papo seco com manteiga, uma caneca de Mokambo e um copo de leite gelado. O sol entrava pela janela pachorrentamente. A Bíblia era aberta.
Li algures que os cheiros são a única memória que nunca perdemos. Acontecimentos e palavras podem ser esquecidas, os cheiros permanecem.
Um menino aperta-me a mão. Regresso. Tenho folhas aos meus pés.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Ah!

If fear keeps our lives small, does a life that receives all of God in this moment grow large too?
-Ann Voskamp-

tpc com companhia.

Por norma, quando o Jojó está  a fazer os trabalhos de casa o Marcos gosta de estar por perto, mesmo que não tenha trazido trabalhos para fazer. Pela terceira vez tenho um cesto com letras, ditongos e palavras para eles lerem, no qual vou acrescentando palavras e frases, conforme o desenvolvimento e aprendizagem. A descoberta bonita que é juntar letras, sons e aprender a ler! Passo a passo.
 


E na semana passada, com o Jojó por casa, o quadro da hora dos tpcs mudou um bocadinho. Foi bom observar estes dois.
 

tem 8 anos e anda a escrever os seus dias.


segunda-feira, 17 de novembro de 2014

aventuras a 2 sem sair das cadeiras.

As histórias que nascem neste canto são estrondosas! Podem passar aqui tempos sem fim, com a imaginação sempre a borbulhar. E é tão bom ver e ouvi-los!
 
 

tpcs com amigos, ao redor da mesa.


domingo, 16 de novembro de 2014

meditando sobre o Salmo 90

Devemos avaliar a nossa vida não a partir do bem que fazemos, mas a partir do bem que Deus faz em nós.
O cristão não vive para prometer que vai fazer história por Cristo, mas para deixar Cristo fazer história nele. Deus faz muitas vezes história naqueles que a História esquece. Somos um sopro.
Moisés, ao refletir sobre a sua vida, lembra o seu pecado. Nem por um segundo tenta provar o valor da sua vida pelo bem que fez, pois quem acredita num Deus de graça sabe que se há algo espetacular na sua vida foi decididamente escrito por Deus.
 

Ser mãe é...

despejar a mala e encontrar um dente. E depois, ter três meninos à minha volta a tentar adivinhar a qual deles pertencera.
 

limitação e liberdade

Nos dias em que esteve a líquidos e gelado fez uma lista do que desejava comer quando já pudesse comer de tudo sem restrições. Olhava o prato alheio com olhos tristes e rematava com um sorriso doce "Tem tão bom aspeto, mamã!"
Para um menino que tem real prazer em comer, beber apenas líquidos, comer gelados, gelatina e cerelac fria não o satisfez por completo, apesar de não se ter queixado [muito]. No dia anterior ao poder comer sopa passada, perguntou-me: "Amanhã posso comer sopa ao pequeno- almoço?" Era o desespero.
Antes da consulta no otorrino alertou-me: "Se eu no domingo não puder comer de tudo, não quero almoçar na igreja!" Olhar para um banquete sem poder tocá-lo seria um bom teste, numa outra qualquer ocasião. Felizmente o médico deu-lhe boas notícias e a primeira coisa que fizemos ao sair da consulta foi providenciar-lhe um croissant. Por enquanto, ficam ainda de fora as torradas e coisas que sejam mais duras. Está com uma liberdade limitada.

fazer desenhos enquanto se aguarda o regresso do mano mais velho do treino.




 
"Falta o "I" em Xavier, filho!"
Hum... não era bem isso...

sábado, 15 de novembro de 2014

ouvir a avó contar como era a escola no tempo da infância dela...


o que tem de ser tem muita força.

Deixar o estudo para depois. Afinal de contas há um mano em casa em recuperação, é o dever do irmão mais velho brincar com ele.

SOS hugs

Foram só dois dias e uma noite, mas o suficiente para deixar este menino a precisar de uns abraços extras e de colo.
 

voltar recheada da biblioteca é coisa boa.

Dêem-me livros. Sim, livros infantis. Simples, ingénuos, rebuscados, aventureiros, sonhadores, doces, cheiros de criatividade e imaginação, pincelados com ilustrações de perder a vista. Dêem-me uma tarde rodeada deles e sou uma pessoa satisfeita.

o durante e o depois

Ver um filho ser levado para um bloco operatório e esperar que regresse faz-me sempre pensar no mesmo. A vida aqui é muito breve e não está nem um pouco nas nossas mãos. Esta verdade dá-me paz e segurança e leva-me também a constatar a insensatez que é pensar que dominamos alguma coisa.

Ao contrário do que seria de esperar, segundo os médicos, o Jojó acordou tranquilamente. A primeira coisa que disse, ainda atordoado e a falar enrolado foi "Tenho fome!" Soubemos logo que estava bem. Esteve um pouco acordado, bebeu ice tea após alguns minutos e tornou a dormir cerca de uma hora. Depois veio o gelado Epá e a história do menino que comia livros.


 
Ao chegarmos a casa, a primeira coisa que pediu para fazer foi telefonar ao mano Sammy, que tinha ficado a dormir em casa de um amigo. Conversaram. Trocaram impressões. O mais velho achou que ele estava com uma voz diferente.
Antes de adormecer, agradecemos ao Deus que sabe como tudo fazer.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

vamos lá tratar dos ouvidos e dos adenoides!


 
De manhã, o Samuel procurou o mano antes de sair para a escola e deu-lhe um abraço demorado. Os olhos do Jojó brilharam e sorriram. Os meus também.
Levámos no carro até ao hospital, a dormir, um menino de barriga vazia, completamente resignado.
Chegámos devagar, após observarmos o mar num dia nublado. Já no quarto, saltou-me logo à vista a grande janela na parede e o facto de poder ver árvores e o céu. Ah... do melhor num quarto de hospital. [aprendi isto na altura em que o filho mais velho foi operado]


O Jojó esteve sempre tranquilo. O enfermeiro ficou admirado com a calma dele ao colocarem-lhe o cateter na mão, por onde dariam também a anestesia. Foi escrevendo as aventuras num diário, porque o mano também tinha relatado a sua aventura no hospital em Janeiro passado. Vestimos o pijama do hospital, lemos histórias, aguardámos. E quando chegou a altura de ir, foi tranquilo, mostrando que confia num Deus que cuida.
 


Nos entretantos, não pude deixar de recordar estes dias há 2 anos e meio atrás. Permanece a mesma calma e doçura, a mesma serenidade para enfrentar situações adversas. Tenho tanto a aprender com este menino!
 

pequeno almoço especial



O Jónatas, o nosso filho de 8 anos, foi operado a um ouvido e aos adenoides. Na véspera, quando me ligaram do hospital informando que a cirurgia estava prevista para as 16:30, disseram que não podia comer nem beber nada a partir das 10:00. O Jojó? Saltar o lanche da manhã, o almoço e o lanche da tarde?! Ora aí estava um desafio à séria.
Preparámos-lhe um pequeno almoço gorducho. O pai fez omelete doce, eu fiz panquecas e na única vez que disse que tinha fome, já depois das 15h, acrescentou: "Mas o pequeno almoço estava mesmo bom!" Como que a descansar-me que tinha feito bem a coisa, para não me preocupar, que ele estava bem e a aguentar-se.
E teve ainda de esperar mais um pouco, pois só entrou para o Bloco uma hora depois do previsto.

[foto tlm]

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

firm

Being filled with the Spirit is not a one-time affair but an on going experience. When Paul said: "Be filled with the Spirit [Ef 5.18], he conveyed the idea that we "keep on being filled with the Spirit". This is not a pond of water, but na ever-flowing Spring. We are to have these storehouses thar are available for use at all times. When the resources are needed, they will be there. When the "evil day" comes, we do not have to be dependente upon the circunstances around us, but rather on the resources of God!
 

A fé que afirmo ter é revelada nos maus momentos. Não para Deus, que já conhece o nosso coração, mas para mim. Para meu crescimento e fortalecimento espiritual, Os momentos difíceis dão-nos um relatório fiável de onde precisamos melhorar e crescer. Quando nos momentos difíceis a minha fé vem à tona, o mundo consegue ver o que de facto significa crer em Deus.
 
Uma fé não testada é uma fé pouco fiável.
 
Kay Warren em Escolha a Alegria.

Sexta à noite pede...

batata doce assada!
 
Com um fio de azeite, um pouco de sal, alguns dentes de algo, tomilho e salsa fresca. É de suspirar!

sábado, 8 de novembro de 2014

um dia com o filho primogénito






 
É muito bom estarmos os 5 todos juntos ou estar com os 4 filhos, mas é-me cada vez mais especial passar tempo a sós com cada um deles. Depois do Jónatas, foi a vez do Samuel.
Partilhámos bebidas quentes, histórias, comidas, gostos e leituras. Observámos pessoas e rimos. Andámos muito a pé. Cheirámos castanhas assadas e andámos no meio de uma nuvem de fumo. Fizémos corridas nas escadas do metro. Fomos às compras. Descobrimos uma sala com jogos interativos no chão [uma loucura!]. Ah... e também fomos a duas consultas.
It was a very good day!

correr, olhar o arco íris, escrever e cantar à beira do Tejo











Há tardes que podiam se prolongar. Horas em que a voz de um menino de caracóis soa límpida ao pé do rio, sem receio. Em que o horizonte brinda-nos com um arco-íris que beija as nuvens e a água e onde o entardecer é embalado por gaivotas preguiçosas. Sim, há momentos em que o tempo podia abrandar.