Há manhãs em que os bolos são reconfortantes. Como esta, após uma noite com o filho mais novo febril. O cheiro do queque de banana e a sua textura levou-me de volta ao ano 2002, no Canadá. Estive lá um mês numa missão evangelística desportiva [Global Sports Mission]. Na quarta semana, aquela em que, como disse uma vez um colega da equipa, se um mosquito nos tocasse caíamos, acordávamos todas as manhãs com o mesmo cheiro. Em casa dos Browns, onde eu e um casal amigo ficámos, a mãe fazia sempre pela manhã muffins de banana e chocolate. Garanto-vos que precisávamos de todas as energias extras naquela altura. Mas os muffins não eram só doces ao paladar e uma injeção de energia logo cedo, mas também um recordar do lar, do qual já tínhamos saudades. Era quase impossível comer apenas um, mas comer muitos de uma só vez não caía nada bem, concluímos. Competia então ao amigo Tiago pedir mais uns quantos para levarmos para as clínicas de futebol, nas mochilas. Afinal de contas, os dias eram longos.
Há cheiros e sabores que nos levam para longe.
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