sexta-feira, 30 de outubro de 2015

ai, estas covinhas!


Vou começando a ouvir as meninas suspirar quando ele passa na escola. A professora diz-me que uma mãe já falou com ela por causa da filha ver corações um pouco por todo o lado e escrever no diário acerca do Jonatas. Na aulas, a gaiata anda com a cabeça no ar. As miúdas na escola, de todas as idades, juntam-se em volta dele para o ouvir tocar e cantar. A professora acrescenta com um sorriso: "Não é só o facto de ele ser muito giro. Há qualquer coisa de muito doce nele."
Sei...

tic tac

 
Há qualquer coisa nos objetos que pertencem à nossa infância. Como se a presença deles nos acalmasse, abraçasse até.
Cresci com este relógio na sala. Continua na parede da sala dos meus pais.
Em miúda, eu e o meu irmão, gozávamos e riamos sempre que tocava, de 15 em 15 minutos, e interrompia conversas ou algum filme ou série que estivéssemos a ver. Sim, porque o som era realmente sonoro. Sem o meu pai ver, prendíamos os pendões de modo a que ficasse mudo. "Eu gosto de ouvi-lo tocar!", dizia o meu pai. De 15 em 15 minutos?! Sério? Não entendíamos! Não sei se pela idade, parece-me mais discreto agora, o seu som. Se calhar sou só eu, que agora anseio por ouvi-lo. O toque do relógio da casa dos meus pais leva-me de volta à  casa onde cresci. A um porto seguro. Ao som destas badaladas sonhei e dancei. Chorei e ri. Quando o oiço, parte de mim encontra-se com a menina que fui outrora.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

a manhã a acontecer lá fora.

Fechamos o portão depois do alvoroço habitual para sair a tempo e horas. Respiro. Lá fora, o cenário é tranquilo, pelo menos até chegarmos à rua da escola. Luz que acaricia. Mundo que desperta. Pessoas que acenam. Jojó a cantar ao ritmo dos passos.
Graça renovada. Fidelidade de Deus provada.
 






 

Interestingly enough, the most-asked question in the whole Bible- from Genesis to Revelations- is "How long, O Lord, how long?" And the most repeated command from God is "Do not fear" or "Do not be afraid." The people of God consistently cry out for relief, and the God of love bids us trust Him.

- Scotty Smith, Objects if His Affection -

For the christian, death is not the end of adventure but a doorway from a world where dreams and adventures shrink to a world where dreams and adventures forever expand.
 
- Wayne Triplett-

das árvores que eu amo

Uma das árvores das redondezas de que mais gosto, especialmente nesta altura do ano. De manhã, perto da escola, paramos sempre um bocadinho para a olharmos [com excepção daqueles dias em que tivemos que meter o turbo para chegar a horas]. Ali, à nossa espera. Para mim, está sempre a dançar.



 

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

por cima da minha cabeça há movimento!

 
Desde que fotografei o céu diariamente num mês de outubro que considero o céu de outubro muito especial. Azul limpo, nuvens brancas espessas, nuvens cinzentas, tem de tudo e numa proporção grande e intensidade vincada. Num momento transpira serenidade, noutro tempestade e tumulto. É uma tela em constante mutação, nas mãos de um Criador que a todo o instante nos diz: "Pensas que já viste tudo?" É de nos deixar sem palavras. Resta-nos ficar em silêncio, manter o olhar contemplativo e diminuirmos mais um bocadinho.



tpc que se faz com prazer

Tinha de descrever um gato. Para um filho que diz muitas vezes que o nosso gato é o melhor amigo dele [às vezes também diz que é a mamã], foi uma alegria.
 

beleza

Os sussurros que chegam num dia cinzento sentem-se devagar. Entranham-se e confortam.
A chuva cai e após ela a luz do sol acaricia.
 



colher da mini horta.

Batata doce e dióspiros
 
 

há quietude lá em cima...

mesmo que o alvoroço seja grande cá em baixo.
 



terça-feira, 20 de outubro de 2015

andar, pensar, orar.

 
Sempre gostei de andar a pé. Na minha adolescência, preferia muitas vezes ir a pé para a escola do que de autocarro, ainda que o caminho até lá não fosse muito seguro.
Uma vez que os meus dias são passados sem carro, ajuda ser algo que aprecio fazer. Andar a pé e fazer várias vezes o mesmo caminho, faz parte do meu dia a dia. Não me importo. Há coisas que só vemos e sentimos quando andamos a pé. Talvez por isso, volta e meia o faça, mesmo quando não preciso de faze-lo. Andar, escarafunchar os pensamentos, falar com o Criador.  Momentos preciosos, que só Ele escuta. Encontros bons.



 



este filho tem uma paciência extra especial para os mais novos.




sonhos partilhados


Valeu a pena acordar bem cedo num sábado cinzento, com chuva e ventos fortes. Na sala da formação o ambiente era acolhedor. Gente a sonhar junta, preocupada com outros, que vai além do seu conforto, ao encontro. Testemunhos bonitos de pessoas que acreditaram que se pode fazer a diferença na vida de alguém. Parece clichê, eu sei, mas continua a ser verdade. O amor consegue coisas extraordinárias. No grupo que se reuniu naquela manhã, estavam também amigos, o que torna a coisa mais saborosa ainda. Vamos a isto!

entrar aqui vale sempre a pena.


cá e lá.


Esta capacidade de desligar em segundos da realidade e entrar noutro universo, era algo que eu também fazia em pequena, ao brincar. O Marcos fá-lo na perfeição. Num segundo está cá, no seguinte, está longe, num mundo onde as histórias e os atos heroicos se multiplicam à velocidade da luz. É bom vê-lo.

caminha feita com recado.


O filho mais velho deixou-me este bilhete de manhã, antes de sair para a escola.
[tive oportunidade de lhe retribuir uns dias depois.]

deixem-me come-lo descansada.


Chegou aquela altura do ano...

em que apetece batata doce, sopas e pão caseiro quente.  Jantares têm sido habituais cá por casa.
 
A sopa é de aipo. O aipo é um dos meus cheiros e sabores favoritos. Nas compras, ao passar por ele, detenho-me sempre um bocadinho só para cheirá-lo. O pão é recheado com paio e queijo. A batata doce é assada com sal, pimenta preta moída, azeite, folhas de louro e dentes de alho.
Às vezes é simples assim.