quarta-feira, 22 de julho de 2015

miscelânea

 
Não tem faltado movimento aqui por casa nestas últimas semanas, apesar de sermos menos à mesa. Os filhos mais novos estiveram num acampamento e agora, está o mais velho por lá. Entre ídas e voltas, levar e buscar, trouxemos meninos felizes pelo tempo passado longe de casa e uma amigdalite. Amizades fortalecidas e novas criadas. O Jónatas conta-nos entusiasmado a vida de Charles Stuart, lembrando cada detalhe, ajudado pelo Marcos. Também recorda que o pastor no acampamento disse que devemos chorar com os que choram e ficar alegres com os que estão alegres. É isso mesmo, filho. Tudo seria mais simples se assim fosse.

 


Com menos filhos e amigos dos filhos em casa, iniciámos a aventura que as paredes há muito pediam: pintura. Isso e arrumar a garagem, que, acreditem, foi um desafio interessante, ultrapassado a três: eu, o Tim e o Sammy. Nas pinturas, tem nos valido o meu pai e a sua generosidade. Tem andado com as mãos nas tintas e nos rodapés, tirando os antigos e colocando uns de cara nova e lavada e, mais importante, inteiros.
A casa está de pantanas, tal como manda a regra a quem se mete nestas andanças. Esvazia-se um quarto e fica tudo virado do avesso, enquanto se reorganiza uma catrefada de coisas. Mexe-se em desenhos dos miúdos guardados e tem-se aquela sensação estranha que foram feitos há tanto tempo atrás. [Isto há de dar outro post.] Diz-se adeus aos desenhos nas paredes dos quartos dos miúdos, dá-se umas quantas coisas e, vejam só, guardam-se outras a pensar nos netos. Eu disse "netos"?! Deve ser um sinal que sinto a vida avançar. Arrumar tem destas coisas. Vemos que os dias foram breves instantes e que o futuro não tarda. O Verão tem também este efeito em mim. Sempre que chegam as semanas de acampamentos vejo a vida a passar-me diante dos olhos. Tremo. Agradeço. Confio. Limpamos portadas, janelas, paredes, o exterior da casa e lavo de alguma maneira o meu interior. Serve de terapia. Abraço objectos que destilam memórias de momentos bonitos, de pessoas queridas. Limpo o pó e sorrio, abrindo porém novos espaços. Sem medo. Porque a vida é tão larga e cabe tanto cá dentro!





E há intervalos para saborear um gelado de morango caseiro e olhar a luz que entra num quarto vazio, apontando o caminho, iluminando, dando esperança e aliviando o cansaço. Depois, termina-se o dia com bons amigos perto do mar.


1 comentário:

Anónimo disse...

Adoro tudo o que escreves e descreves... vês nas pequenas coisas, algo belo e uma lição de vida... orgulho em ti!
Nessa