"Hoje foi um bom dia". É uma das expressões que volta e meia ouvimos. Parece-me bem aplicá-la ao dia de hoje.
Foi um dia simples. Caseiro, com os filhotes e o Flippy. Passei o dia de volta do forno a fazer alguns bolos para distribuirmos no final do dia pelas casas de alguns amigos e familiares. Acho que começámos uma tradição natalícia.
Se há dias em que não ter um plano de actividades para os miúdos não dá bom resultado, este não foi um deles. O Sammy fez alguns dos trabalhos de casa que trouxe para efectuar nas férias, com entusiasmo e vontade de aprender. Depois das letras e pinturas, foi vê-los passar por mim, sempre com alguma na manga. As ideias cruzavam-se no ar. A mesa e o chão da sala indicam que houve actividade. Papéis, brilhantes, colas, canetas e afins. Tudo numa alegre confusão.
O Jojó, de vez em quando, vinha sentar-se ao meu lado na mesa da cozinha, também ela cheia. De brinquedos que o Marcos foi deixando ao longo do dia, livros e materiais de trabalhos manuais. Enquanto eu escrevia, o Jónatas pegou num livro com receitas de bolos, tartes e outras coisas deliciosas e perguntou: "Isto é o quê?" Lá lhe expliquei que era um livro com receitas de bolos e tal. "Uau!" Disse-o de uma forma expressiva que me fez sorrir. "Isto é muito importante para ti, não é?" Ah... o meu menino mexido anda atento.
Bricaram às escondidas. Até mim chegou a seguinte conversa:
-Conta até trinta! -disse o Sammy ao mano Jojó.
-Mas eu não sei! - respondeu o mano com uma voz meio aflita.
-Três vezes até dez!- gritou ele de longe. - Marcos, não venhas atrás do mano!
-Está bem.- respondeu ele num tom resignado. E correu a esconder-se na dispensa. Mas voltou de lá num ápice.- Tenho medo!- E lá foi ele atrás do mano grande.
O Jojó, de vez em quando, vinha sentar-se ao meu lado na mesa da cozinha, também ela cheia. De brinquedos que o Marcos foi deixando ao longo do dia, livros e materiais de trabalhos manuais. Enquanto eu escrevia, o Jónatas pegou num livro com receitas de bolos, tartes e outras coisas deliciosas e perguntou: "Isto é o quê?" Lá lhe expliquei que era um livro com receitas de bolos e tal. "Uau!" Disse-o de uma forma expressiva que me fez sorrir. "Isto é muito importante para ti, não é?" Ah... o meu menino mexido anda atento.
Bricaram às escondidas. Até mim chegou a seguinte conversa:
-Conta até trinta! -disse o Sammy ao mano Jojó.
-Mas eu não sei! - respondeu o mano com uma voz meio aflita.
-Três vezes até dez!- gritou ele de longe. - Marcos, não venhas atrás do mano!
-Está bem.- respondeu ele num tom resignado. E correu a esconder-se na dispensa. Mas voltou de lá num ápice.- Tenho medo!- E lá foi ele atrás do mano grande.
Foi um dia sem televisão. Não houve personagens nem sons intrusos a chegarem até nós cheios de cor, atordoando a imaginação e tornando-a preguisoça. Criaram as suas próprias personagens, histórias e sons. A sua própria música. Construíram tendas, castelos, muralhas e fortalezas em conjunto. Fizeram espadas com cartolinas e encheram-se de munições feitas de bolas de jornal com fita cola, guiados e ajudados pelo mano mais velho. Colocaram-nas dentro de caixas de cartão. Enfrentaram dragões, salvaram amigos em apuros e procuraram o cristal mágico. Foram cavaleiros corajosos por uma tarde. Pena não ter gravado os diálogos entre eles. Foi uma delícia ouvi-los e vê-los a brincar, a imaginar. Fez-me pensar em como é bom brincar e em como eu gostava de sonhar e inventar quando era criança. Uma capacidade que tende a fugir com as responsabilidades da vida e com o crescimento. Se bem que a palavra crescer é tão complexa como a mente que imagina. Desde miúda que me habituei a ouvir os outros dizerem que sou uma sonhadora. Não me importo. Na verdade nunca me importei. Não ser uma sonhadora, isso sim, asssustar-me-ía. Por isto e todos os detalhes bonitos que ver manos brincar em conjunto traz consigo, repito: hoje, foi realmente um bom dia.
2 comentários:
as brincadeiras espontâneas são as mais fixes de todas :)
são sim senhora. se bem que há dias em que não ter um "plano" não funciona. mas noutros, compensa.
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