segunda-feira, 16 de novembro de 2015

voltar diferente

Pisar as mesmas ruas que palmilhei na adolescência. As árvores. Sempre as árvores. Gigantes. Bonitas, com aquela cor de outono. Há caminhos novos e os autocarros têm mais um número. As papelarias e cafés permanecem acolhedores. Tudo me pareceu mais pacato. Mas talvez seja apenas eu que estou mais tranquila.
Sonhos desabaram e foram construídos aqui. Medos foram vencidos. O sentido de esforço e união foram solidificados grandemente. Desporto foi praticado até à exaustão. Conversas nasceram e alongaram-se. As partidas, as almoçaradas, as palavras no meio das manhãs de nevoeiro, os torneios, as danças. As primeiras grandes desilusões foram aqui vividas a par dos ombros amigos. Foi aqui que pensei que havia caminhos que não se separariam e que descobri a ilusão de tal. Também foi aqui que orei bastante. E, ao passar pelo mesmo local 20 anos depois, sorrio ao abraçar as respostas de Deus. Deus é bom. Deus é sábio e generoso. Amigos que estavam perto na altura, estão perto novamente  e de uma forma muito mais bonita.



 

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