Jojó, deitado ao meu lado, pela manhã.
"Estes dias têm sido incrivéis! Não achas, mamã?", pergunta com a voz mais doce do mundo."Então porquê?"...
"Num dia saltei o muro da nossa casa, noutro subi à árvore e ao telhado e ontem desci ao esgoto!"
Que dizer perante tanto entusiasmo?
"Têm mesmo sido dias incríveis, filho!"
A árvore a que subiu foi esta, onde também esteve no dia de aniversário, segundo ele, para pensar. Parece ter gostado da experiência, pois esta semana repetiu-a com prazer. E já que estava em cima da árvore...dali ao telhado era um pulinho. Qual o nosso espanto quando começamos a ouvir alguém a correr em cima das telhas. Depressa percebemos que não era o gato. O bom disto foi que recuperámos umas quantas bolas que lá estavam em cima e um chinelo do meu cunhado.
Noutro dia, admirada com o silêncio, saio para ver onde estavam. Nada. Vejo então, ao fim da rua, o Jojó e o Marcos a caminhar lado a lado. Tinham saltado o muro. O semblante deles foi se transformando à medida que se aproximavam da casa... e de mim. A primeira coisa que o Marcos disse, ainda antes de entrar pelo portão foi: "Fui fazer companhia ao mano, para ele não ir sozinho." O Jónatas não sabia muito bem se punha a mão no bolso e escondia o que tinha se esticava e me mostrava. Estendeu-a. Eram flores. "Fui ao parque apanhar flores para ti, mamã."
A descida ao esgoto aconteceu na escola. Durante o intervalo um menino chutou a bola de um colega do Jojó para o chamado esgoto. O Jónatas, qual herói, lá foi tratar da situação. Pediu autorização à professora, foi falar com o professor do aluno que se tinha desfeito da bola e arranjou maneira de levar uma auxiliar com ele para vigiar a sua descida. Voltou à sala de aula com a bola na mão para entregar ao amigo. No dia seguinte, insistiu em mostrar-me como tinha feito. "Basta dizeres, não precisas exemplificar!"
É destemido, este gaiato. Não há joelho que recupere!
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