sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

a manhã em que saí de casa para ir comprar um pacote de bolachas digestivas.

Tinha-me esquecido das bolachas digestivas. Deixei o leite condensado a cozer e fui a pé buscá-las.
No caminho, o verde pintava-se de um branco tímido e dei comigo a recordar a primeira vez que vi nevar. Uma noite em Ávila, em 2002, com o Timóteo. Nevou cerca de 10 minutos. Apenas isto. Quando o céu deixou de pingar, o telefone tocou. Era o meu irmão a dizer que a nossa avó Guida havia partido. Na manhã seguinte, as montanhas ao longe cobriam-se de branco e de alguma forma senti a neve do dia anterior como um presente.
Anos depois, após uma noite difícil com o Sammy internado, após uma cirurgia, acordei com a notícia que tinha nevado durante a noite. Não vi nada, mas as fotografias que amigos me enviaram animaram-nos naquela manhã. Coincidência?
Estados Unidos. Aí sim, vi nevar a valer. Viajava de carro com o Tim, a caminho das cataratas no Niagara. Saímos de casa ao final da noite e tínhamos umas 9 horas à nossa frente. A noite estava por nossa conta. De repente, pedaços brancos começaram a aparecer na estrada e no vidro do automóvel. Parámos. Comemos um muffin com ovo estrelado, bacon e mais umas quantas coisas que fazem mal, mas sabem tão bem. Bebemos chá quente. E enquanto todos se abrigavam, nós fomos para a rua, feitos totós, correr e pular na neve, que, já agora, parece mesmo algodão.
E agora estão vocês a pensar: "Mas qual a relação deste episódio com os anteriores?"
Provavelmente nenhum.
E porque carga de água estou eu para aqui a falar de neve?
Ah, pois, está frio.

 

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