terça-feira, 15 de janeiro de 2013

o filho dos olhos meigos

o filho mais velho está  a crescer. uma constatação que acalma e por vezes assusta ao mesmo tempo. esta ideia de que fogem das nossa mãos. algo um tanto ou quanto disparatado, já que creio que, eles nunca estão na realidade nas nossas mãos, mas sim aninhados numas mãos que jamais falham.
na semana passada, num dos dias em que fui buscar o Samuel à escola, o seu semblante era visivelmente de tristeza. a sua amiga especial tinha pedido à professora para mudar de lugar, traduzindo, sair de ao pé dele e ir sentar-se com uma outra colega. isto magoou-o profundamente. a tarde passou-se, a noite chegou e o Samuel adormeceu com esta dor. calado, de olhos baixos, nunca o havia visto assim antes. expliquei-lhe que o facto da amiga querer ter mudado de lugar não significava que já não gostasse dele, mas que as meninas eram mesmo assim, gostavam de estar juntas. mas a dor dele era visível. abracei-o vezes sem conta. mas por vezes não há abraços suficientemente apertados para apagar a dor, apenas capazes de a tornar mais suportável, como que partilhada, num equilíbrio mais sóbrio.
neste processo de ser mãe as aprendizagens acumulam-se diariamente, a todo o momento, mesmo naqueles que nos passam despercebidos. a tristeza de um filho é multiplicada amplamente em nós, é um facto.
nessa noite o Samuel esteve especialmente atento ao culto doméstico. falámos sobre a necessidade de estarmos ligados à videira para darmos bons frutos. esta é a minha oração: que ele esteja firme e bem seguro em Cristo, a âncora fiel, em qualquer circunstância da vida.
confirma-se. o primogénito está mesmo a crescer.

4 comentários:

Ana Rute Oliveira Cavaco disse...

aperta-se o nosso coração com estas tristezas necessárias ao crescimento. aqui é igual!

Kella disse...

É natural, né? por mais que nos custe...
Bjs!

Rute Carla disse...

coração apertadinho. sei que faz parte. já o vi triste outras vezes, mas nunca deste jeito.

abraço às duas.

sara f disse...

beijo gordo para ele. enquanto o observava no outro dia veio-me à cabeça o quanto o tempo é fugaz.