sexta-feira, 14 de maio de 2010

{olhando a chuva}

É sem dúvida algo que sempre fazemos quando chove e estamos em casa, ir até à janela espreitá-la cair. Uma das recordações mais vivas que tenho da casa onde cresci é dos dias de chuva passados à janela. Vivia num 4º andar, com uma vista linda sobre o rio Tejo. Os dias de trovoada eram especiais para mim. A visão do raios iluminando o céu e o rio era deslumbrante. As noites de lua cheia também. Recordo a sensação de segurança que sentia ao constatar a força da água estando na minha casa. Uma casa, praceta, bairro onde estava rodeada de vizinhos e amigos queridos. Apesar de ter sido subitamente arrancada do meu lar, sinto-me priviligiada pelo mundo seguro (e olhem que o bairro era considerado dos mais inseguros de Lisboa) e pelas pessoas queridas que diariamente me rodeavam. Oro para que os meus filhotes experimentem e sintam um pouco dessa segurança, alegria e amor no local onde vivemos.
E comecei eu a falar da chuva... pois é, a chuva sempre me leva para longe...

5 comentários:

Anónimo disse...

De vez em quando ainda sinto isso... embora a praceta me pareça mais vazia...
Já não existem as vozes das crianças a brincar e a entreajuda dos vizinhos a plantarem as flores... as mangueiradas de Verão que levávamos... as escondidas... o jogar à bola... o escorregar pelo corrimão das escadas que davam para a praceta... o ralhanço da vizinha... nem a paisagem (roubaram-na... não totalmente, mas praticamente)! São os novos tempos... bom por um lado, mas injusto por outro! Já não há crianças na praceta... há 1 ou 2, mas não têm a nossa inocência... e é disso que sinto falta...
Beijos
Nessa

Rute Carla disse...

lembras-te daquele dia de trovoada em que ficámos lá em baixo na praceta a ver chover, abrigadas?
a praceta tinha um cheiro especial nos dias de chuva.

Arte da Luluzinha disse...

É tão bom recordar.
Também tenho ótimas lembranças de dias de chuva e quando chovia granizo era sair a rua com caneca na mão para apanha-los.
Bons momentos!

Rute Carla disse...

Oh...

Anónimo disse...

Lembro-me perfeitamente... raios que caíam no Tejo e nós fascinadas e ao mesmo tempo com medo...
Que saudades...
Tenho pena de não ter registado isso num vídeo... todos os momentos inesquecíveis que vivemos... Talvez por isso tenhamos memória... só dentro da minha cabeça é que posso pôr a rodar a filme...