segunda-feira, 21 de outubro de 2013

o sussuro do céu

Estávamos de regresso a casa. O jazz soava na estação de rádio do carro, embalando. Estava longe, absorta em pensamentos acerca do dia, quando o Sammy me traz de volta ao momento.
"Mamã, não tiras fotografia ao céu?!"
Os miúdos já reconhecem o que chama a minha atenção e é usual algum deles parar para eu tirar fotografia a uma árvore, antes mesmo de eu pensar em faze-lo, ou então dizerem " Por favor, não tires a máquina da mala e continua a andar!"
No final do dia de ontem o céu estava estrondosamente belo. Uma junção de nuvens em tons de cinzento, espessas, beijando a serra. E dei por mim a pensar que só um Deus perfeito pode criar cenários tão belos, vez após vez, sem se repetir e sem nos cansar.
Dizia o Samuel, "O céu é sempre diferente!" Pois é. Mas o mais interessante é que é desenhado por um Deus que não muda, que permanece o mesmo. Um Deus imutável criou coisas incrivelmente belas e em mudança constante. Basta olharmos a natureza. Olharmos para nós, humanos. E que descanso é saber que o nosso Deus não muda de humor, não está dependente de circunstâncias passadas ou presentes ou de um corpo falível que se vai degradando. A nossa instabilidade humana e a fragilidade do nosso coração pode achar nEle um abrigo seguro e respirar de alívio. Pode também aguardar pacientemente pela Sua acção.
Os pensamentos do dia voltaram. A palavra pregada com ousadia, humildade e verdade, as crianças a cantar, uma bebé querida entregue a Deus em oração, os sorrisos e palavras trocadas com alguns irmãos, uma mesa de crianças a falar acerca do céu, uma amiga que almoça ao meu lado, a interajuda na cozinha, a conversa espontânea com duas meninas, pessoas unidas pela pessoa de Cristo. E o coro vem de novo à minha mente:
Deus é tão bom,
Deus é tão bom,
Deus é tão bom,
É tão bom para mim.