no ritmo certo...

"Eu estava a comer esparguete com esparregado na cozinha."

Foram estas as primeiras palavras do Marcos esta manhã, ao entrar na cozinha, onde eu bebia a minha primeira chávena de chá quente.

Gosto quando partilham os sonhos deles comigo, como se de coisas extraordinárias se tratassem. E não são? Todos eles. Os que embalam de noite e os que nascem de olhos abertos. Pequenos e grandes. Todos eles têm o tamanho certo e eu delicio-me a ouvi-los.

Jojó: Sonhei que estava dar comida aos cães e eles falavam comigo.- informou ao acordar. -Mas era com a mesma voz que a nossa!- acrescentou com os olhos bem abertos.

O Marcos ensina-me a abrandar o ritmo todos os dias e derruba qualquer indisposição com as suas brincadeiras e ar gozão. [acho que puxou ao brincalhão do tio Samuel...]

As arrumações planeadas sofreram um abrandamento significativo. Ossos do ofício, diria eu. Parei para procurar um olho que faltava num certo jogo [era chato o menino ficar zarolho!], dar um chuto importante numa bola [porque ele tinha umas chuteiras especiais calçadas], admirar um puzzle acabado, ler uma história pela... hum... tenho a certeza que já a contei mais 30 vezes, ouvir as aventuras dos Smurfs numas mãos pequeninas ou simplesmente por ser chamada para ver como o Flippy estava a dormir tapando os olhos com uma das patas. Ah... e para abraçar, claro.

 A balbúrdia cá por casa ainda permanece, mas valeu a pena abrandar. Amanhã é outro dia.