Aqueles que me conhecem sabem que as memórias e saudades pregam-me partidas volta e meia. Hoje foi um dia assim. Com uma infecção no pé que me deixou sentada e deitada, a ler... as lembranças entraram. Senti-me pequena outra vez, a crescer. Regressei à minha adolescência, onde o mundo era um lugar seguro, apesar das dúvidas normais da idade. Desejei ter tantas pessoas junto de mim outra vez! As amizades estavam lá, sempre, de forma constante. A família perto. E dou por mim a ter o mesmo sonho de então. Viver perto de todos aqueles que amo, ter todos presentes na minha vida para sempre. Dito assim parece um pouco lamechas, certo? Não faz mal. Foi mesmo isto que desejei e não o sei dizer de outra forma. Parar o ritmo da vida, encurtar as distâncias e ultrapassar as circunstâncias que nos separam. Crescer custa. Ganha-se muito, perde-se outro tanto. Ter memórias e pessoas queridas ao nosso lado na jornada é um privilégio enorme, torna a vida cheia! As palavras são escassas para agradecer o modo como muitos me limaram e fizeram crescer. Sim, há momentos em que quero muito ter toda a gente perto novamente. Ouvir as gargalhadas, sentir os abraços e aquele conforto tão grande de nos sentirmos à vontade e completos. De sermos entendidos e conhecidos por alguém. O sonho mantém-se. Todos a viver na mesma rua, por favor.