Foi um dia de arrumações. Tirar a roupa dos roupeiros, guardar camisolas de lã e colocar roupas mais frescas nas gavetas. Os quartos estiveram apinhados de caixas e roupas de tamanhos vários. Claro que tudo foi feito a passo de caracol, com três pimpolhos mais um gato à minha volta quase todo o tempo, achando que isto de ter um quarto com roupa espalhada por todo o lado é muito louco e divertido para subir, saltar em cima, derrubar, brincar aos disfarces e tudo o mais. Por volta das seis da tarde fiz uma paragem e fui lá fora com o Marcos que logo se dirijiu à mangueira e pôs-se a regar uma árvore. Fiquei quieta a mirá-lo, a olhar cada gesto e tentativa sua de conversar. Bonito o modo como se esforça para comunicar e fazer-se entender. Por vezes imagino-o já a formar frases... esta fase corre veloz e num abrir e fechar de olhos estão a falar tudo como gente grande. Dei comigo a pensar e relembrar as diferentes fases pelas quais os filhos passam e não pude deixar de sorrir secretamente. Ouvi os pássaros nas suas diferentes canções e timbres. Alguns mais atrevidos chegaram perto, mas a maioria estava envolvida com a árvore do quintal do meu vizinho. Chega, um pouco mais de longe, o som de uma trompete... E logo a seguir uma harmónica, bem perto, tocada pelo Jojó e o bater de uma bola das mãos do Sammy. Sons diferentes que chegaram até mim fazendo-me meditar na misericórdia e fidelidade do meu Deus.
Sem comentários:
Enviar um comentário