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Um... o cheiro do oceano! O vento a soprar na face!... Eu e o Timóteo passámos a manhã à beira-mar. O cenário à nossa frente lembrou-me o filme
"Ruptura Explosiva". Adorava ter esse à vontade com o mar que os surfistas têm. Quando era miúda desejava ser uma sereia e viver no fundo do mar, numa cidade por mim inventada. Agora o sonho mudou. Uma casa em madeira construída na areia, à beira do mar, com grandes janelas.
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Olho as diferentes pessoas à minha volta e relembro o tempo em que era pequena e me sentava a olhá-las e a inventar histórias sobre elas. Observo. Umas conversam, riem, fazem ginástica na areia, outras passeiam o cão, fazem surf, bodyboard, andam de biciclecta, escrevem, desenham, correm, namoram, limpam a prancha, olham o mar. Pessoas diferentes buscando o mesmo nesta manhã: estar perto do mar. A minha atenção prende-se em dois meninos de 3/4 anos. Correm por momentos atrás da bola e depois fazem construções na areia e rebolam nela. Mesmo que tente ou precise de me desligar não consigo deixar de olhá-los e de pensar nos meus filhotes. Interessante ser "Rute sem os filhos por perto" durante umas horas, às vezes esqueço-me de como é e volta e meia lá estou eu à procura de algum deles como se faltasse um pedaço de mim.
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Uma manhã com os pés na areia a olhar o mar, uma tarde regada com um saboroso café e muffin na companhia do meu mano (agora que já sabem que sou irmã dele vou passar a ter tratamento vip no Starbucks) e uma viagem pela India sob o olhar de um menino de um bairro de lata em Mumbai que juntamente com dois amigos vivem a dura realidade nas ruas da India, através do filme
"Slumdog Milionaire". Há já algum tempo que não tinha umas horas com a mente livre para mergulhar nos meus pensamentos. Nestes dois últimos dias vasculhei dentro de mim, sentia falta de o fazer. Esvaziei a mente para ganhar espaço para pensar... se é que isto faz algum sentido... Familiares e amigos queridos, passado, presente, futuro, razões e motivos, pessoas e suas maldades, perdas, pensei num pouco de tudo ontem e hoje. Dei comigo a pensar em como Deus tem conduzido e moldado a vida de tantos que me são chegados, livrando alguns de situações difíceis, protegendo uns, testando e provando outros. Recordo os dias em que me sentava com o meu melhor amigo e sonhávamos com futuro que parecia tão longe, em que não imaginávamos tantas das coisas que nos estavam reservadas. Há uma certa beleza no mistério de não sabermos e também a poupança de um cem número de emoções antes da hora.
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No filme que vi com a minha cara metade, o menino do bairro de lata chamado Jamal ganha aos 18 anos o concurso "Quem quer ser milionário". Não consegue a vitória devido a uma larga cultura geral ou bons estudos, mas simplesmente graças à sua história e experiência de vida, o que me fez pensar que na verdade, não há riqueza maior do que a história que cada um possui, com as suas vivências específicas, emoções e diferenças. Quanta complexidade e riqueza podemos encontar na vida de cada pessoa! O filme também trouxe à minha mente uma reportagem sobre o local que vira há alguns meses e ministérios existentes que libertam meninas na India de situações terríveis, como
este. Gostei muito da fotografia e cores vivas do filme, da sua música e ritmo. Uma bonita história de amor que o tempo, maldade e dor não têm a capacidade de apagar.
2 comentários:
Fixe!
Sempre dá para relaxar!
Ah, o mar!!! Como também me faz tão bem contemplá-lo. É simplesmente revigorante! Gosto muito de caminhar à beira-mar e, tal como tu, também adoro o cheiro a oceano e sentir o vento no rosto. Tenho pena de viver tão longe do mar...
beijinho e boa semana! dina
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