Um caos que traz paz

A máquina de lavar, secar e o estendal cá de casa ainda não pararam de receber roupa e, ainda assim, a pilha de roupa cresce de forma estonteante. Acho que há uma semana que diariamente tenho mudado duas, às vezes as três camas dos miúdos, pois as noites têm trazido líquido em abundância. Com os dois filhotes mais novos doentes, cheios de tosse, febre e rabujentinhos, as noites têm sido mal dormidas. Na verdade, as noites são mal dormidas há cinco anos!

E que música para os meus ouvidos quando os três decidem chorar ao mesmo tempo como se de uma competição se tratasse "eu choro mais que tu e bem mais alto!", enquanto eu tento acabar o jantar já atrasado. De repente a torradeira começa a deitar fumo, pois alguém se lembrou de colocar algo de plástico lá dentro. Entretanto, já o Marcos está agarrado às minhas pernas a pedir colo.

Também há aquelas ocasiões cheirosas em que os dois mais novos fazem presente na fralda ao mesmo tempo (eu até acho que eles combinam) e, o Flippy, quem sabe se motivado pelo cheiro, toca de fazer também. E assim se vai o aroma das velas acesas durante horas.

Há ainda os momentos molhados diurnos, quando o Jojó lá acha que a sua cabeça precisa de ser lavada e abre a torneira do bidé e espalha o shampô (isto quando não se engana e espalha o gel). Claro que fica encharcado, assim como tudo à sua volta. O Marcos considera que a água do biberon tem muito mais pinta fora dele, pois assim pode chapinhar nela e molhar-se todo. Isto, claro está, acontece ao mesmo tempo, pois de contrário perderia o interesse.

O Sammy volta e meia arma-se em cabeleireiro e põe-se a cortar o cabelo ao Jojó, que, por sua vez, corta o pêlo e os bigodes ao Flippy (felizmente o Marcos estava a dormir e escapou do corte em série).

A noite tão esperada chega e após os meninos estarem a dormir (por enquanto, espera-se mais tarde as habituais visitas à cama dos papás...) e de arrumar, preparar e planear o que não podia ficar para depois, ainda tenho um encontro com uma certa torradeira que contém um pequeno objecto dentro, que pelos vistos sabe o frio que faz cá fora.

O cenário para o desespero parece estar montado, especialmente se juntarmos a tudo uma boa dose de cansaço e sono. É então que acontecem momentos como estes :e como este, em que o Sammy me deixou um computador com rato na bancada da cozinha...

...e tudo o resto torna-se pequenino e sei que estou exactamente onde deveria estar.
Há ainda algo que ajuda a tudo suportar, chama-se "amor"! E eu amo.