Depois de uma manhã no hospital com o Marquitos, almoçámos em casa dos amigos Sandra e Delvani, na minha antiga casa. Voltei ao bairro onde nasci e vivi até aos meus 18 anos. É uma sensação familiar reconfortante, que preenche até transbordar! Voltar a casa, apesar de todas as diferenças, desde os móveis às cores das paredes, etc, foi deveras delicioso (até porque nos esperava uma bela de uma feijoada à brasileira e amigos queridos). Olhar pela janela da sala, cozinha e meu quarto novamente, quarto este que agora me pareceu bem mais pequeno (acho que é sinal que cresci...) Subi as escadas do prédio até ao 4º e último andar e deparei-me com diferentes cheiros em cada piso, tal como acontecia antigamente, nas horas das refeições. Era uma mistura interessante que nos lembrava que de alguma forma estávamos juntos, fazendo a mesma coisa. Toquei à campaínha da minha vizinha debaixo, que até chorou quando me reconheceu. Tal como fazia antes, desci as escadas a saltitar e a pular os dois últimos degraus de cada lance de escadas, sem me enganar e sempre no mesmo ritmo, como se o tivesse feito ontem e senti-me leve, como se o recordar de sensações de uma época tão feliz me fizesse renascer! E quando cheguei cá fora a melhor prenda: encontar a Nessa ( a minha best de infância, que partilhava comigo quase cada minuto do dia a dia e que vivia no prédio ao lado do meu). Eu bem que tinha espreitado para verificar se o carro dela estava por lá (também foi bom ver-te, Rui.) A praceta, tive que descer da melhor maneira que existe: a correr!Ainda tive oportunidade de ir com o Jojó a pé para a igreja e de ir olhando à minha volta. Incrível como cada recanto, esquina, banco, rua, estabelecimento trazem-me uma recordação diferente, nada me é indiferente ali. Cada pedaço de espaço traz uma história, uma memória... e alguém à minha mente.
Na igreja, foi bom rever as caras tão familiares e alguns amigos (daqueles que sei que estarão sempre lá) e ouvir a Ir. Karen e o Ir. Erickson na Escola Dominical, tinha saudades de vê-los a trabalhar em equipa. Regressei a casa cheia e com um sentimento de gratidão tão grande!... Grata pela minha infancia, famíla, pelo bairro onde cresci sentindo-me segura e feliz, pelos amigos que não partem por mais anos que passem, pela igreja onde nasci e tanto aprendi, pelos irmãos queridos de ambas as igrejas (a antiga e actual) que fazem parte da minha história e acima de tudo, senti-me grata pela oportunidade de reacender lembranças. Pela possibilidade de voltar.
2 comentários:
so happy 4 u ;)
Ainda tenho o privilégio de poder sentir, ainda que de forma diferente, as memórias que invadem a praceta...
Já não vou tocar à porta do 585
4.º dtº,já não consigo ver os jogos do Oriental,já não oiço todos o dias os miúdos da escola,já não há banhos de mangueira,a praceta já não tem crianças,já não brincamos às escondidas e onde o nosso refúgio era atrás dos canteiros,já não saltamos a janela da D.ª Conceição para lhe abrir a porta quando se esquece das chaves,já não há Lassie... Poderia ficar aqui a noite toda e lembrar-me de tantas pequenas coisas do nosso dia-a-dia, que jamais voltarão, mas que permanecerão para sempre na nossa memória!
No entanto há outras que se mantêm, não importa o lugar ou o tempo - a nossa amizade!
Beijinho
Nessa
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