sábado, 28 de setembro de 2013

a amiga que Deus criou

Sempre fui apaixonada por árvores. Em pequena, contam os meus pais, passava horas à janela a olhar para elas, especialmente nos dias de vento, em que as folhas pareciam dançar para mim.
Sentar-me à sombra delas, admirar os ramos que se espreguiçam em diferentes formas, os fortes troncos, as raízes com suas lições preciosas, as folhas com os seus diversos formatos e cores, tão complexas em si mesmas.
Uma árvore é sempre sinónimo de história. Testemunha silenciosa de brincadeiras, sonhos, conversas, conquitas, batalhas e vitórias.  É um marco presente que nos acompanha.
Lembro os salgueiros que via da janela do meu quarto, na minha escola primária, os altos pinheiros bravos do ABS, a figueira da minha avó, as árvores da minha escola secundária, as árvores do meu bairro e praceta onde cresci.  Ah, como cresceram!... Guardo todas com carinho e tornar a vê-las é como chegar a casa, a alguma parte de mim que abraça memórias bonitas. É constatar o passar dos anos.
Recordo duas árvores que plantei aos 8 anos, em Inglaterra, no jardim da missão [EMF] e de ir procurá-las mais tarde, aos 11 e 14 anos, quando lá voltei. Quase chorei de alegria ao olhá-las!
Depois há aquelas que me têm marcado nos últimos anos, como os choupos a caminho da escola dos filhos e as árvores do nosso quintal. Vê-las crescer e mudar consoante as estações do ano é um gozo tremendo.
Uma árvore é uma espécie de amiga que nos conforta sem palavras e escuta sem nada dizer. E ainda hoje, nos dias de vento, continuo a imaginar que algumas dançam para mim.





 [fotos acima tiradas pela sis]



[jardim botânico de Lisboa, Set. 2011]

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